Com o Encontro de Teatro Comunitário, a abertura da III Mostra de Teatro Cidade Livre Ed. Latino-ame
A carne do teatro é o Teatro Comunitário. O discurso de abertura da III Mostra de Teatro Cidade Livre Ed. Latino-americana (Mostra) da pesquisadora Clara Angélica, que compôs a mesa do Encontro de Teatro Comunitário, expôs sobre o começo da carreira da maioria dos trabalhadores da cena que acontece com frequência em cursos ou oficinas presentes nas comunidades.
A abertura oficial da Mostra que aconteceu ontem, 17, deixa marcas e inquietações na comunidade da Cidade Livre.
Com a dramaturgia dos participantes do Curso de Teatro do Ponto de Cultura Cidade Livre, a encenação Na Porta da Rua foi responsável pela abertura da programação da Mostra.
O público assistiu a percepção das crianças e adolescentes sobre a transformação das ruas de Aparecida de Goiânia. Essas narrativas/vidas, costuradas por projeções e jograis, em cena, foram potencializadas a corpos que afetam e são afetados por meio da arte Na Porta da Rua.
Com a medição do professor e pesquisador da Universidade Federal de Uberlândia – UFU -, Drº Narciso Telles o Encontro de Teatro Comunitário teve a presença do chefe-gestor do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás Sacha Witkowski, do Conselheiro de Cultura estadual Edson Fernandes, do professor e pesquisador Drº Carlos Araque da Universidad Distrital Francisco José de Caldas (COL), da atriz e dramaturga Julia Sigliano (ARG), da atriz e pesquisadora Clara Angélica e da Takaiuna Correia, coordenadora do Curso de Teatro da Cidade Livre.
O professor Narciso Telles (UFU), iniciou o Encontro testemunhando a presença dele em um espetáculo em São Paulo, no qual ao finalizar a encenação crianças da plateia subiam ao palco para assassinar o Poeta. “De repente uma das crianças falou para a plateia e o elenco que ‘não adiantava matar esse poeta, pois outros poetas nascerão’”, contou.
Esse contato, continua, é simbólico para min, pois no momento em que atravessa o país onde matam as diferenças a todo momento, novas lideranças, nascerão; novas pessoas indignadas com a realidade do país, nascerão; novos artistas preocupados com o país, nascerão. Ter o teatro se refazendo em comunidades é fundamental para que acha um país social, político e econômico mais justo, finaliza.
A presidenta da Associação Sociocultural Cidade Livre, Takaiuna Correia pontuou que para dar “corpo e movimento ao Teatro é necessário que ele aconteça com a comunidade e que a relação com o público não seja apenas de entretenimento ou distração, mas de engajamento para a transformação de problemas socioculturais emergentes em soluções de sociabilidade e direitos humanos”.
O presidente da Federação de Teatro Goiano – FETEG - Norval Berbari, presente na plateia, elogiou o Teatro de bolso Cidade Livre e a sua resistência perante a manutenção e continuidade das ações do espaço frisando que “poucos espaços culturais no estado de Goiás tem a estrutura e a capacidade de agregar pessoas das artes como o Teatro Cidade Livre faz”.
A professora da Universidade Federal de Goiás, Walquiria Batista, também presente na plateia, apontou para a necessidade dos jovens entrarem na universidade e pesquisarem sobre a sua realidade. “A decisão sobre qual objeto de pesquisa realizar, é uma escolha política”, afirmou.
Até o dia 24 de março, a III MOSTRA com 12 espetáculos, entre solos, apresentações de grupos e performances da Argentina, Colômbia e do Brasil, no Teatro Cidade Livre. Confira programação completa.